AS ÚLTIMAS CARTAS DO AGOSTINHO
2ª Edição
Pensamos que as cartas escritas por Agostinho da Silva durante o final do ano de 1992 e 1993, enviadas para um grupo de pessoas com quem o Professor estava em contacto, foi a melhor maneira que arranjou para, naquela fase da vida, nos deixar algumas sínteses do seu pensamento. Aquilo que considerava como deveras importante para a "ciência do ser" e do que ficava por fazer. O professor haveria de partir pouco tempo depois, num Domingo de Páscoa, em 3 Abril de 1974. "As Últimas Cartas do Agostinho" que foram editadas em livro pela Cooperativa de Animação Cultural de Alhos Vedros, em 1995, serão agora aqui publicadas à sexta-feira. (Luis Santos)
CARTA I
Missão de Portugal: Sacralizar o Universo, tornando Divina a Vida e Deus real.
Meios: Desenvolvimento dos Povos pela inteira aplicação da Ciência e da Técnica, inclusive nos sectores da Economia, da Política, da Administração Pública e da Filosofia. Conversão da pessoa à adoração da Vida.
Características do que houver no Sagrado: Criança como a melhor manifestação da poesia pura e como inspiradora e suporte, e incitadora a ser criança de todos os que existam. O gratuito da vida. A plena liberdade de todo o ser.
Dezembro de 92.
Com toda a vontade de lhe ser fiel
Agostinho
Ode breve à Concepção
o dia é oito o mês doze
a vitória brilhará
àquele que tímido ouse
a vida não principia
ninguém sabe donde veio
talvez seio dê o leite
talvez leite crie o seio
vida e morte nunca estão
vão somente perpassar
naquilo que nunca passa
nem sabemos nomear
é-nos Deus o Cristo vivo
Cristo nos revela Deus
teu triunfo e meu sofrer
tanto são meus como teus
tudo o que tem de sair
sai sem vontade ou espinho
como isto que foi ditado
ao servidor Agostinho
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