terça-feira, 25 de dezembro de 2012

FRESCOS


A noite, as árvores e a varanda dos mil olhos, a noite e o Cosmos, acto vivo e não apenas uma fórmula bioquímica da vida.

13 comentários:

Anónimo disse...

Um pouco 'à laia' de balanço de final de ano diria que os teus Frescos me deram outros mundos a conhecer e fizeram-me começar a observar o meu mundo com mais atenção - porque são quadros feitos de palavras! Gosto muito da forma como escreves os teus pedacinhos de mundo. Obrigada pelos bons momentos de leitura e reflexão!

Deixo-te um pequeno 'presente': um pouco desta minha manhã de Natal! É muito pouco, oxalá gostes!

'Os raios de sol que entram pela janela escancarada fazem esvoaçar pela casa as cinzas da lareira, milhares de partículas em movimento - ao longe ouve-se o cantar de um galo, no jardim os cães ladram aos pássaros!'

estudo geral disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Luís F. de A. Gomes disse...

Ai, fico muitíssimo agradecido, sobretudo pela prenda que, uma vez desembrulhada, tão bonita é de se ver – e, entendendo, saborear, pois então, ou não fosse de poesia que estamos a falar – mas também pela gentileza das suas palavras que em tanta conta colocam estes meus simples olhares de uma juventude vadia, tranquilamente vadia e que provavelmente não merecerão tamanho destaque, ainda que meramente pessoal. Bem-haja, por isso.
Mas na verdade não posso dizer que seja um poeta e não me vejo como tal. Com efeito, há muitíssimos anos que abandonei o género, mais precisamente desde que dei por encerrado este projecto que assinei como Luciano França e isso ocorreu no distante ano de oitenta e cinco, do século passado. Desde então, só muito esporadicamente escrevi um ou outro poema, de modo algum de forma sistemática e jamais me passou pela cabeça fazer qualquer tipo de trabalho com eles. Escrevi poesia na puberdade e depois ao longo de toda a adolescência e, naturalmente em função das influências das leituras que ia fazendo, em paralelo, também eu fui desde as formas clássicas, como por exemplo o soneto, ou das formas mais populares, como a quadra, às expressões mais livres da poesia moderna. Contudo, não era esse o mar em que eu pretendia soltar a minha pena e empenhar os meus esforços e audácia e por isso foi com toda a naturalidade que, mal os ventos sopraram a favor, eu abandonei essas águas e, como disse, a elas não mais voltei e, pelo menos até ao momento, não mais tive o menor intento de aí regressar. A poesia, do ponto de vista da actividade da escrita, é assim um capítulo encerrado na minha vida, o que não quer dizer que não lhe confira a máxima importância e não só por ela, em si, acima de tudo por aquilo que em ela encontro de vital para mim – mas sempre a poética de outros.
Já reparou o Anónimo como é ela aquilo que poderemos chamar de um padrão universal de cultura, isto é, algo que por se repetir transversalmente no espaço e no tempo em todas as culturas humanas conhecidas, é uma característica – uma das mais sublimes, direi eu – da Humanidade, ela própria? Certo é ser empiricamente verificável que é ela anterior à invenção e uso da escrita e avaliando os vestígios que a Arqueologia tem posto a descoberto, muito provavelmente sempre terá acompanhado o Sapiens Sapiens que somos nós desde que pela sua dinâmica demográfica aquele se consagrou como espécie. Será que outras espécies desenvolveram as suas formas de poesia? Não sabemos, talvez nunca o chegaremos a saber mas nada há em domínios do conhecimento como a Zoologia ou a Etologia que nos permita avançar por aí e, em conformidade, não será exagerado e muito menos errado dizer que estamos perante uma característica cultural eminentemente humana. Da mesma maneira que a busca do alimento condicionou o Homem a inventar ou descobrir variadas formas para o alcançar, a busca de si próprio o levou a inventar variadas formas para o tentar fazer e a poesia foi uma delas e desde a mais remota noite dos tempos que, para tanto, o tem acompanhado.
Tenho pois muitíssimo respeito pela poesia, não só por tudo o que aí possa encontrar de Belo e de pistas de reflexão sobre esta nossa condição de humanos, também porque, dentro dos meus parcos talentos, é claro, a procuro incorporar em muita da prosa ficcional que tenho elaborado, a que sempre procuro transmitir algum do ritmo, sobretudo do encanto que muita poesia podemos encontrar.

(continua)

Luís F. de A. Gomes disse...

(continuação)

Mas volto a dizer que não sou nem me vejo como um poeta e nem mesmo isso aconteceu enquanto me mantive fiel ao projecto em cujo contexto acabei por escrever estas pequenas peças que decidi agrupar sob este título, “Frescos” que, o Anónimo vê bem enquanto – para mim tentativas, perguntando-me sempre se disso conseguiram passar – quadros de palavras ou, para usar uma expressão que é sua e é bem mais precisa, pela riqueza de significante e, pela beleza que encerra, ainda mais feliz e de que, por isso, eu tanto gostei, pedacinhos de mundo. É isso exactamente o que são estes frescos, momentos de olhar, momentos em que o olhar – e porque não, igualmente o coração – encontrou uma cena qualquer que, entre outras, se lhe destacou e àquele chamou a atenção. E isto sem pretensões de coisa nenhuma que não fosse isso mesmo, registar apenas o que ao olhar tocou num dado momento, o que a liberdade da criação poética de facto consente, pois não só hoje se aceita que a poesia não tem que necessariamente querer dizer seja lá o que for – basta a harmonia, a musicalidade dos sons que se conseguem – igualmente porque em tão variadas tradições poéticas que temos ao dispor, em todo o mundo, lá vamos encontrar no passado as peças que, afinal, mais não pretenderam que expressar o que eu vim a repetir com estes “Frescos”. Dou-lhe um pequeno exemplo:
Al ruido de la fuente,
una zagala vi,
al ruido del agua,
una voz yo senti,
senti una voz que decia,
Ay de mi, ay de mi
Sola, ay mi. (*)
Espero que tenha gostado, seja como for, não é de um pequeno fresco que se trata aqui, neste poema, recolhido em Marrocos e que faz parte do Cancioneiro Judeo-Espanhol que reúne a poética sefardita que aqui se escreveu até que aquela cultura – foi expulsa – desapareceu no final do século XV? E neste caso com todo o decisivo acréscimo do quanto uma tal arte nos leva a reflectir sobre os nossos sentimentos de humanos.
Enfim, Ilustre Anónimo, é como eu costumo dizer, quando alguém pergunta para que serve a poesia, logo devemos procurar verificar da(s) sua(s( capacidade(s) de discernimento e se outra razão não seja capaz de alcançar, devemos muito simplesmente dizer-lhe que serve para comer; talvez seja um exercício que o leve a descobrir como, afinal, a poesia é uma das melhores coisas que temos na Vida, nas nossas vidas.
Vejo que me alonguei. Espero não ter sido palavroso e muito menos maçador.
(*) Rapariga nova; fazendo equivaler ao nosso tempo, uma jovem no início da adolescência.

Luís F. de A. Gomes disse...

(*) A nota, no final do meu comentário, refere-se ao vocábulo "zagala".

Anónimo disse...

Obrigada pelo teu texto, que nada teve de maçador, foi uma leitura bastante interessante!
Acho que todos rabiscávamos umas palavritas nos anos 80, e íamos lendo umas coisas ou outras - uns continuaram, outros não! Fiquei feliz quando, não há muito tempo, soube dos que continuaram a fazê-lo - e bem! De alguma forma também me mantive ligada às palavras, profissionalmente, por isso gosto tanto delas - e do que 'vejo' alguns fazerem com elas. Há um velho ditado que diz que 'De poeta e de louco todos temos um pouco' - gosto de pensar que assim é!
E, antes que me esqueça, adorei o poema incluído no teu comentário!

Unknown disse...

A poesia serve "mesmo" para comer. Também acho...

Luís F. de A. Gomes disse...

Então aqui tem outra, desta vez, uma canção:

Tres ermanikas eran,
tres ermanikas son.
Las dos estan kazadas,
la una en perdission.

El padre kon verguensa
a Rodes la mando.

En medio del kamino,
kastiyo kosntruyo.
Sin puertas, sin ventanas,
ke no vea veron.

El amor, ke lo supo,
al agua ya se echo.
Sus brazos uso de remo,
su kuerpo de galeon.

Nadando i navegando,
al kastiyo arrivo.

Luís F. de A. Gomes disse...

Eu digo isso por brincadeira, mas a verdade é que assim penso que é e não é só no sentido metafórico que falo, digo-o, literalmente. É claro que não tenho suporte empírico para o que afirmo, esse resulta da intuição que a vadiagem me deixou nas sete partidas por onde andei. Ora a ideia que tenho é que são os povos com melhor qualidade de vida aqueles mais estátuas aos seus poetas erguem nas praças e maiores homenagens lhes prestam na identificação das ruas, factos esses que me levam a pensar que, uma vez abandonado esse modo de vida primevo em que a Humanidade não era produtora, o cuidado que uma população dá à poesia, o carinho com que a trata, o reconhecimento que lhe dá, funciona como um indicador dos níveis de eficiência que uma qualquer sociedade consegue e, nesse sentido, como um dos marcadores da prosperidade redistribuída, nesse sentido, daquela se podendo dizer que é um dos factores da riqueza, mesmo material, dos homens. Isto para além de também admitir que se deve falar do conhecimento, da sua apropriação e processamento, do uso que dele se faz, da mesma maneira que falamos dos alimentos – sem os quais a morte biológica é uma certeza – pois que é de alimento que se trata, neste caso para o espírito e em tal domínio, tenho para mim, a poesia tem uma posição, um papel, insubstituível. O Homem é um animal complexo que a partir da sua natureza biológica se insere numa teia de relações em que mão só participa como cria e reproduz cultura – no sentido do conceito antropológico – e, nessa dimensão, podemos afirmar que a Humanidade fez a sua própria construção cultural, isto é, o homem faz-se humano, não nasce humano, nasce apenas um ser animal que adquire as características humanas precisamente como ser cultural que, em síntese, abarca todas as vertentes que acrescentamos à Natureza e sendo essa a sua natureza, em toda a completude, da mesma maneira que temos que comer para que asseguremos a nossa sobrevivência física, também temos que fazer uso do intelecto para que por um lado permaneçamos mentalmente sãos e, por outro lado, para que possamos materializar o pleno das características que de nós fazem seres humanos, afinal, a singularidade com que nos apresentamos nesta maravilhosa multiplicidade dos seres vivos. Tendo em conta que alimento tem a ver com comida e que ao espírito também aquele cabe, então a graça de se dizer que a poesia também se come, talvez passe a ser mais que uma simples graça e quem sabe se compreendê-lo que assim é, não será na verdade uma (das) Graça(s) que importa.

Unknown disse...

Alguns dizem que a poesia vai para além dos homens e das suas ações e que encerra uma natureza espiritual… talvez…
Felizmente para nós, ela parece resistir a todos os poderes e manter-se. Mesmo quando pouco lida e divulgada. Será este um país de poetas? Certamente. De poetas pouco ou nada lidos? Talvez.
Certo é que, mesmo em momentos em que a nossa qualidade de vida é duvidosa, em que muitas estátuas ficam por erguer aos nossos poetas ou em que nenhuma homenagem se lhes presta, mesmo aí (aqui), a poesia teima em ficar… em viver… em crescer e ser comida, lentamente, por alguns de nós…

Luís F. de A. Gomes disse...

Portugal é um país estranho e a poesia é capaz de ser um campo em que isso se reflecte. Só para lhe dar um exemplo da afirmação inicial, consideremos a nossa demografia. Com efeito, chegámos ao regime demográfico comum aos países desenvolvidos, não porque tenhamos antes atingido esses patamares de redistribuição de riqueza e qualidade de vida que por lá induziram os baixos valores de natalidade que, em conjunto com uma mortalidade igualmente baixa caracterizam os residuais e não raramente negativos saldos fisiológicos, antes por causa da sangria emigratória do pós-guerra, com especial incidência em toda a década de sessenta e inícios da seguinte, os quais, neste mesmo decénio, os quais concorreram para o crescimento efectivo negativo que então se verificou e que para além desse mesmo sinal no saldo migratório, igualmente tiveram a decisiva concorrência da queda de natalidade a que a saída de tanta gente em idade de procriar necessariamente teria que conduzir. Contrariamente ao que seria de esperar, a nossa transição para o regime demográfico moderno veio a acontecer em boa parte por causa do nosso sub-desenvolvimento o que sendo matéria de interesse para os demógrafos – e, certamente, não só – não deixa por isso de ser uma das nossas estranhezas.
Outra é a poesia, se considerarmos que afinal temos dois monumentos – logo dois e em épocas distantes entre si – de âmbito mundial e, afinal, tão pouca importância damos à poesia e em tão pouco respeito temos os poetas – não morrem eles praticamente no anonimato de círculos restritos? Não é tão raro que os preservemos em casas onde viveram e que os seus espólios acabem por se dispersar sem um tratamento mínimo de tratamento adequado? Já reparou, Teresa, a dimensão de um Camões? Como dizer que um homem que narrou uma viagem marítima e descreveu fenómenos meteorológicos e geografias humanas que cantou a História de um povo e a envolveu num cenário ficcional em que o domínio da mitologia clássica de modo algum poderia ser superior e tudo isso fez em de acordo com cânones da poesia épica – não estamos a falar de palavreado a esmo sob a forma de verso e prenhe de avulsas banalidades tomadas por saberes e sabedoria – com uma elegância e uma presença de espírito incomuns – para não grafar inigualadas que é o que me apetece dizer quando penso por exemplo num Cadamosto ou, mais remota e classicamente, num Virgílio ou num Homero – capaz de reflectir filosoficamente sobre o Homem e o seu enquadramento nas circunstâncias que o envolvem – precisamente, no sentido em que Gasset veio a reflectir quatro séculos depois – como dizer que um Poeta desses não é um património da Humanidade pelo acréscimo que lhe deu de uma obra única, inigualável que para todo o sempre – enquanto existirem seres humanos, tais como os conhecemos – não só permanecerá legível e entendível, como frutuosa naquilo que nos pode levar a pensar sobre esta aventura de estarmos vivos, de passarmos por Aqui? E Pessoa que nos chegou quase que pelo interesse que uma certa elite académica e artística brasileira teve por ele, tão esquecido foi durante as décadas que se seguiram ao seu desaparecimento físico e que de tão gigante, tão avassaladoramente Belo em muitíssima da sua poesia, permanece inseguível – perdoe-me o neologismo - e, portanto singularíssimo, com o acréscimo que a sua heteronímia trouxe a esta Arte, a respeito de quem nem mesmo temos que considerar toda a carga de reflexão e de pistas e convites que nos levou para que também nós o façamos, a respeito do Homem; não é ele outro monumento incontornável da cultura humana? Não é pois um contra-senso que em face de tamanha riqueza seja tão pobre a conta em que temos a poesia e os poetas?

(continua)

Luís F. de A. Gomes disse...

(continuação)

Mas sabe que eu penso que isso é justamente um dos espelhos em que podemos o identificar com clareza as causas do(s) nosso(s) infortúnios. Às vezes pergunto-me se não será espantoso que um povo com uma História tão antiga e com uma cultura – se assim se pode falar, mas isso seria motivo de outra conversa distante desta – tão rica – que dizer de um Aleixo, por exemplo? E para apenas citar um único caso e apenas no âmbito da poesia que, afinal é matéria que aqui nos ocupa – permaneça tão espezinhado em tantos dos patamares da decência ou, por outras palavras, dos patamares que a uma população conferem uma vida decente. E acredite que o menosprezo de que falei no parágrafo anterior é um bom sinal daquilo que concorre para que assim seja, pois o que podemos observar é que de há muito – desde quando? Desde a Restauração? – temos elites de poder pura e simplesmente de rapina – como as aves, tal e qual, com a única diferença que os predados são pessoas, as mais simples, como é bom de ver – e ignorantes, capazes de compreenderem os prazeres da gula e da luxúria, a importância do ter, mas arredadas da capacidade de entenderem tudo o mais que não concorra para isso que é o que eles acabam por tomar por utilidades. E é por isso que entre nós, na Modernidade, nunca houve uma aposta séria no ensino e na educação, pois só desse modo esses poderes se têm mantido e assegurado entre os seus a sua continuidade. E assim se entende que entre nós se dê tão pouca importância à poesia e reconhecimento aos poetas – são excêntricos, coitados, mas a vida é na verdade mais comezinha, assim propaga a cultura dos instalados da nossa tristeza – mesmo não sustentado que somos um país de poetas, mas sabendo que ao longo dos séculos em português se escreveu a ouro em tal domínio das letras e do espírito humano. Experimente a Teresa ler Whitman – pena que, como já o disse, não o possa fazer no original – e depois leia o nosso Cesário, o Verde, claro. De profundida direi que ambos vão tão longe um quanto o outro. Na dimensão da obra e isso até por motivos óbvios, o primeiro será maior que o segundo. Mas qual deles será mais Belo? Ou então faça o mesmo exercício com o nosso – sempre mal amado – O’Neil e qualquer um dos beat do outro lado do Atlântico, seja o Ferlinghetti – para mim o que mais gosto – ou o Ginsberg – talvez o melhor de todos - para referir entre os maiores; algum daqueles conseguiu a acutilância e a universalidade, o voo de Kirkegaard que o Alexandre, o nosso Alexandre conseguiu?
E assim nos leva a poesia à resistência, da poesia ela própria que alguns teimam em saborear, mas também da nossa que dela se aferramenta para manter acesa a chama da esperança a respeito de os homens virem a ser capazes de viverem com mais beleza entre uns e os outros, o mesmo é dizer com mais humanidade, isto é, mais próximos da justiça que a todos reconhece a liberdade de poder escolher o seu próprio caminho. E mais não fosse pelo Belo que acrescenta ao Mundo, a poesia é um dos apetrechos que o Homem tem usado na lenta caminhada que tem percorrido em direcção a si próprio, da sua dignidade, como é bom de ver, pois não há, não pode haver, mundo justo na fealdade.
Pois já reparou a Teresa, como o aceitar que os homens – todos eles – nascem dignos, infinitamente dignos, é um denominador comum a todas as pessoas de Fé e aquelas que desse Toque nunca receberam a Graça?
O que não quer dizer que me pareça que a poesia tenha algo de transcendente e isso pelo simples facto de se tratar de uma construção cultural da Humanidade. Mas que em ela esta se consegue transcender, pessoalmente, não tenho a menor dúvida.
Não é tão bonito como a poesia nos leva a voar tão alto?

MJC disse...

Pois é, a poesia concentrada desdobra-se em mil tons, múltiplos olhares, diferentes conjugações.
Isso é óptimo.
Instiga, faz eclodir.
Parabéns.

Manuel João