sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Sobre o fim do mundo



Deus.
Uma possibilidade como outra qualquer – parte das partes: o bem e o mal.


Ao alcance de ninguém
inefável o sentido da vida
inegável o seu valor.


Deus tem a capacidade de colocar fora de si qualquer coisa que lhe impeça a harmonia integral, a vibração precisa. Tudo o que, deste modo, fica fora de Si, que é expulso de Si, chamamos de universo. Mas, sendo que o universo é uma criação de Deus, logo é também, de certa forma, uma parte de Si; simultaneamente, intrínseca e extrínseca, imanente e transcendente.

O universo é, pois, a parte “imperfeita” de Deus. Ele que é perfeito e imperfeito. Bem e mal. Tudo e nada. Desta forma, tudo o que no universo restabeleça a vibração energética, a sua perfeita luz irradiante, volta à harmonia integral, ou seja, “ao centro” do corpo de Deus; quanto mais afastado desse Centro menor a luz que se produz, imperfeita vibração.

Dado que tempo e eternidade são coetâneos, mais cedo ou mais tarde, havemos de voltar. E será bom que voltemos depressa, tanto quanto possível. Paraíso ou Nirvana. Involuir evoluindo. Estado primordial. Também por isso estamos sempre a voltar ao que já somos, anunciado Futuro do eterno momento.


Carlos Rodrigues


9 comentários:

Anónimo disse...

Não saberia como comentar o seu texto, mas gostaria de deixar umas palavrinhas sobre o seu título! Porque hoje, aparentemente, não se fala nem se escreve sobre outra coisa que não 'O Fim do Mundo': os jornais estão cheios de palavras de escritores, astrónomos, filósofos e por aí fora, a propósito do Fim. E até se escreve sobre filmes, 'Melancolia', 'A Guerra dos Mundos', 'Blade Runner' etc, etc, etc, como se fossem prenúncios de um fim há muito esperado! Mas li uma frase que, infelizmente, já não sei a quem pertence, que diz 'O mundo não acaba hoje, porque o fim do mundo somos nós!'. De alguma forma gostei desta pequena frase... por mim, vou ouvir a velha canção dos Doors 'This is the End', porque também há muita Filosofia nas canções dos Doors - e poesia também!

Unknown disse...

O sentido da vida, inefável, tem nessa inexplicável condição uma inebriante luz que nos permite voltar sempre ao que já somos e, de cada vez que voltamos, mesmo sem nunca sair, mudarmos quem somos – involuir evoluindo. O sentido da vida é Deus, feito criança, para nós. E, assim, um filho nos foi dado, uma luz perfeita e irradiante. A felicidade e a plenitude ao nosso alcance.
É este o fim (ou a finalidade) do mundo.

Anónimo disse...

11:11 - Curiosa hora para um comentário sobre o fim do mundo.

carlos rodrigues disse...


Cara Teresa

"O sentido da vida é Deus, feito criança..." é uma boa síntese de tudo o que se disse. Por mim, o texto podia perfeitamente terminar assim. Abraço-a.

Anónimo disse...

Caro Anónimo número dois,
A vida é feita de curiosidades... fui em busca da simbologia do Onze:
"O número das revelações. O plano de conhecimentos mais elevados. O ideal. A junção de Deus (1) com o mundo (10): é o sinal do início do conhecimento de Deus, isto é, da admissão à vida superior dos céus. Símbolo da transição, excesso e perigo. Número da fragmentação, sendo por isso também considerado diabólico."
Não deixa de ser interessante...

carlos rodrigues disse...


Agora, sim: Perfeito.
Não fora cá por coisas e até recitaria o "cântico negro" de José Régio. Mas tudo é muito mais...

MJC disse...

Gosto muito de texto que, embora instigante, não é de fácil digestão.

Talvez que os comentários entretanto surgidos ajudem à mesma.

Como a Teresa e o Autor Carlos Rodrigues não se importam, apetece-me subscrever o:

O sentido da vida é Deus, feito criança, para nós.

Fantástico.

Abraços,

Manuel João Croca

estudo geral disse...


É verdade, concordo, não é de fácil assimilação, nem para nós que o escrevemos. Valha-nos que também a vida tem muitas vezes esta mesma dificuldade, também ela muitas vezes custa a engolir, tal como a Filosofia. De tal forma que, por agora, vou já parar... Se precisar de novo, voltarei a chamar. Enfim, fiquemos em Paz e Abraços.

Luís Carlos Rodrigues dos Santos

MJC disse...

Invariavelmente inicio a leitura destes textos com uma grande atenção.
E durante a sua leitura algo nasce pois acabo sempre com um sorriso nos lábios, talvez mesmo no olhar, embora isso não possa confirmar pois os espelhos não existem espalhados por toda a casa.
Diria que é assim como uma sombra que nos acolhe do calor intenso.
E a gente, sente-se fresca e revigorada.
Um abraço.

Manuel João