REAÇÕES
Reajo em tempo
reajo ao relâmpago
reafirmo a crença em dias melhores
melhoro o espaço no espacejamento
da mensagem. Recupero o tempo
despedido em acenos. Na crueza
do tema descortino palavras
de tentativas. Revolto mares
sobre acostamentos e os inundo
em saudades. Religo a máquina
inocentada para manter intacta
a cena. Fica a imagem no reagir
ao relâmpago, ao refulgir
na crença o tempo reafirmado.
SOBRE ÁGUAS
Na água
fervente
ausente
resseco a terra
onde me instalo:
destruo no caminho
as margens e sobre
a linha
restante
resto
na água
gelada
da tormenta.
Na água restante
afogo pensamentos.
(Pedro Du Bois, inéditos)
3 comentários:
Caro Pedro du Bois,
faz tempo que ando para lhe dizer isto: Admiro a beleza e intensidade da sua poesia.
Parabéns.
Manuel João Croca
Grato, amigos, quer pela divugação dos poemas, quer pelo comentário do Manuel. Abraços e bom ano a todos. Pedro.
ps: infelizmente - por erro meu - o comentário anterior saiu em nome da minha mulher. Peço desculpas.
Abraço Geral e votos de um ano magnífico, com muita poesia.
Subscrevemos o comentário do Manuel João e acrescentamos: é de facto uma poesia própria, de identidade bem evidente, cheia de vida, que assinala de forma clara o seu caminho e, se fossemos num adjetivo escolheriamos, existencialíssima.
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