domingo, 8 de dezembro de 2013





O SOL, O CAVALO E A ERVA

 

Sigo de forma confiada a emanação do som sem pensar aonde ele conduz, sem medo do andarilhar leve por entre a gravidade das coisas.

Da minha janela vê-se uma velha fábrica de cortiça abandonada.

Mais ao lado, uma velha fábrica de confecções em ruínas.

O écran da janela é ocupado pela visão do caos que as ruínas transmitem.

Mais acima brilha o Sol e, no quintal baldio da fábrica abandonada, um cavalo pasta tranquilamente.

Sol, cavalo e erva-pasto são a harmonia no quadro dissonante.

A constatação do emanar natural refulge perante o exercício do pulsar racional.

 

Mandela morreu aos 95 anos mas é presente.

Manuel é vivo mas está ausente.

E eu, … eu, ando a aprender.


                                                                                                                Manuel João Croca


 
 
Pintura de Luís Delgado (óleo sobre tela)

2 comentários:

luis santos disse...


...e como diz o provérbio: é aprender até depois de morrer.

MJC disse...

Depois de morrer não sei porque não conheço mas, enquanto cá andamos, é aprender e aprender e aprender agradecendo sempre a faculdade que torna tal possível.