O
SOL, O CAVALO E A ERVA
Sigo
de forma confiada a emanação do som sem pensar aonde ele conduz, sem medo do
andarilhar leve por entre a gravidade das coisas.
Da
minha janela vê-se uma velha fábrica de cortiça abandonada.
Mais
ao lado, uma velha fábrica de confecções em ruínas.
O
écran da janela é ocupado pela visão do caos que as ruínas transmitem.
Mais
acima brilha o Sol e, no quintal baldio da fábrica abandonada, um cavalo pasta
tranquilamente.
Sol,
cavalo e erva-pasto são a harmonia no quadro dissonante.
A
constatação do emanar natural refulge perante o exercício do pulsar racional.
Mandela
morreu aos 95 anos mas é presente.
Manuel
é vivo mas está ausente.
E
eu, … eu, ando a aprender.
Manuel João Croca
Pintura de Luís Delgado (óleo sobre tela)
2 comentários:
...e como diz o provérbio: é aprender até depois de morrer.
Depois de morrer não sei porque não conheço mas, enquanto cá andamos, é aprender e aprender e aprender agradecendo sempre a faculdade que torna tal possível.
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