domingo, 1 de dezembro de 2013

REAL... IRREAL... SURREAL... (57)

Aclamação de D. João IV, Pintura de Veloso Salgado
Museu Militar de Lisboa
Poema à Liberdade

Fui navegante
Aventureiro
Explorador
Carrego o saber
Dos homens
De verdade
Para descobrir a senda
Da Felicidade

Milhões de caminhos
Insondáveis
Escondem sem alibi
Aquele que seguido
Me levaria a ti

Segredo oculto
Mas presente
Na sombra etérea
Do teu corpo vivo
Mas ausente

Fui Conquistador
Povoador
Gordo
Piedoso
Bolonhês
Lavrador
Bravo
Justiceiro
Formoso
E com a formosura
Me perdi

No nevoeiro
Me voltei a perder
Desditoso
Para me reencontrar
No calor dum Dezembro
Glorioso

Agora sou 
Devedor caloteiro
A precisar de ajuda
Para ser inteiro

Pobre de mim
Sonâmbulo de dor
Venderam-me a alma
E perdi
Em agonia
A Felicidade
E a soberania.
Onde estás Liberdade?

António Tapadinhas

6 comentários:

luis santos disse...


"...Hoje és nevoeiro.
É a Hora."

estudo geral disse...

Talvez só falte encontrar
o que,sendo nosso, não conseguimos achar.

Abraço,

Manuel João

Amélia Oliveira disse...

Muito Bom! E, tal como prometido, chegou no dia certo. Agora só falta chegar a Liberdade...

Abraço,
Amélia

PS - curiosidade: publiquei ontem a mesma imagem, no blog que tenho com os alunos - não sabia de quem era: agora já sei!

A.Tapadinhas disse...

Luís Santos: Nem rei nem lei, nem paz nem guerra...

...por enquanto!

Abraço,
António

A.Tapadinhas disse...

M.J.C.:
Ninguém sabe que coisa quer,
Ninguém conhece que alma tem...

Difícil é achar.

Abraço,
António

A.Tapadinhas disse...

Amélia:
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.

A Liberdade não chega!
Fazemos chegar!

Beijo,
António

PS. Já serviu para qualquer coisa o Real...