terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

A COMUNIDADE DO VALE DA ESPERANÇA - UMA CRÓNICA



Há muito que eu decidi que se vivesse até aqui seria este o dia em que daria estes cadernos por terminados. Ele anda ao rubro uma discussão, para mim de lana caprina, sobre se este é o primeiro dia do novo século ou apenas o do último ano da centúria de vinte. Como não percebo patavina destes assuntos e não sei avaliar o argumentário de um e do outro lado da polémica e como me sinto cansada e desiludida com um mundo que gira sem norte definido e ainda mais resignado ao que acontece ao sabor das circunstâncias, decidi que seja lá como for, pelo menos quanto a mim e para o caso a minha opinião é o que me basta, este é o primeiro dia do novo milénio e com ele encerro estas páginas a que dei início na sequência da excitação das primeiras noites em que aqui dormi ou da primeira noite em que aqui o fiz sob um tecto verdadeiro. Consola-me a luz de esperança que é ver os passos, aqui e ali titubeantes mas na generalidade consistentes e certeiros que esta nova geração está a dar na cooperativa e pelos quais já valeu a pena limpar a tabuleta que indica o Vale da Esperança e o jardim da praça central onde o monumento ao nosso sonho voltou a ter realce. E fico com a certeza, tal como canta o José Mário Branco e estou segura que ele não se incomodará por aqui o citar, um mundo melhor será possível quando toda a gente assim quiser. Agora sei que morrerei em paz por saber que esse ideal persiste algures, aqui, no Vale da Esperança. 


 Alhos Vedros, Porto, Portel, Mindelo, Bragança e Alhos Vedros, entre fins de Outubro de 2009 e 12 de Agosto de 2010

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