YING – YANG Díptico, Autor António Tapadinhas Acrílico sobre tela, 2 painéis de 100x60cm |
Editorial
Por António Tapadinhas
Segundo a concepção oriental, o universo era uno e sem movimento, até se ter cindido em duas espirais de energia, com dois princípios opostos, mas complementares entre si: Ying, o elemento feminino e Yang, o elemento masculino. Estes dois elementos primordiais são essenciais para manter o equilíbrio dinâmico do universo e são um conceito tão puro, que se pode aplicar a qualquer coisa. Ying é escuridão e Yang é luz, Ying é lua e Yang é sol, Ying é água e Yang é fogo... Tudo o que existe contém estes dois princípios, portanto qualquer discriminação entre eles não faz sentido, porque um não existe sem o outro.
O primeiro aforismo de Hipócrates, Ars longa, Vita brevis (A Arte é longa, a Vida é
breve), retrata esta situação: a perenidade da obra de
Arte, em oposição à brevidade da vida humana.
Com o perigo de esgotar o meu latim, não resisto a citar o verso final de Virgílio, que nos avisa que o tempo passa e não volta mais, e que é demasiado precioso para o desperdiçarmos em futilidades:
Fugit irreparabile tempus!
São duas verdades de que eu, cada vez mais, tenho consciência, talvez devido à minha já provecta idade. É por isso que valorizo cada momento que vivo, como se fosse o último!
Com o perigo de esgotar o meu latim, não resisto a citar o verso final de Virgílio, que nos avisa que o tempo passa e não volta mais, e que é demasiado precioso para o desperdiçarmos em futilidades:
Fugit irreparabile tempus!
São duas verdades de que eu, cada vez mais, tenho consciência, talvez devido à minha já provecta idade. É por isso que valorizo cada momento que vivo, como se fosse o último!
Este mês, no dia 14, celebra-se o Dia
dos Namorados ou de São Valentim.
Convido-os a
celebrarem o dia, o mês, o ano, a vida, connosco, sem Dux e com muita Lux!
4 comentários:
António,
Que belo convite à vida neste Editorial!
Há que não esperar por amanhãs, não creio que a felicidade esteja na espera nem na procura, mas sim na aceitação, ou corremos o risco de chegar ao fim com 'uma mão cheia de nada e outra de coisa nenhuma'... Há que amar a vida, sim, amá-la e vivê-la em cada momento, sem esperas, sem medos e sem lamentos, porque ‘O tempo é muito lento para os que esperam/Muito rápido para os que têm medo/Muito longo para os que lamentam/Muito curto para os que festejam/ Mas, para os que amam, o tempo é eterno.’ (a autoria da citação é controversa, mas acredito que pertença a Shakespeare)
Desejos de momentos cheios de Lux!
Amélia
António, se o díptico é belo o texto é ainda melhor e merece bem as honras de editorial.
É um belo propósito que creio merecer a nossa atenção e empenho no exercício da sua interpretação aplicativa.
Às vezes não é fácil e, por isso mesmo, deveremos sempre tentar melhorar a nossa habilidade na arte do viver.
Vamos a ver como é que corre mas, o propósito não se discute.
Abraço.
Manuel João Croca
Cá fica o aforismo: Namorar ao ritmo da filosofia tradicional chinesa, sem tempo, mas com aproveitamento... escolar, que bom exemplo para a Língua de Camões.
Muita Lux, sem dúvida!
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