sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

CARAVELA


A cada deleite na Esperança
surge um Deus amado,
fruto da imagem
que se quer perfeita

Não são os homens
que tornam vivos
um caminho que se quer imenso,
mas sim a tónica
duma vida imensa
em mares que tornam Realidade
os sonhos de uma criança

Óh Pai, óh Mãe
Ouçam o meu gritar
afoguem os meus lamentos
para que esta vida
não se torne um sofrimento

Quisera ser Paz,
quisera ser Amor
mergulhar em quimeras
que me tornem presente

Façam brandir espadas,
Em meu peito escudos surjam
Que das lutas que em mim trago
Surjam frutos, não sofrimentos

Quero deixar-te agora,
partir para longes paragens,
caminhar no interior
de uma muralha que se abre

Quem sois, que procurais,
vindos de uma vida amorfa
isolada em campos
que se tornam virgens
de almas de céus almejados

Óh harpas, óh sons
que se tornam distantes
ouçam os meus quereres
desçam e tornem-se presentes,
não permitam que minha vida
seja um cenário de ausentes

Que procurais, que afirmais,
que as pétalas surjam
no peito daqueles que se tornam
vorazes no agradecimento

Não procures saber quem sou,
de onde venho e para onde vou,
deixo-te apenas a minha pena

Que estas palavras sejam um marco
de um caminho que se pensa agreste
Em cada pedra pisada
há um grito audível
dos que ousaram partir
semeando novos mundos
que os teus olhos enxergarão
em cantatas de Amor e Paixão

(24/2/14)

antonio

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