domingo, 2 de novembro de 2014

 
 
MIRADOURO 41 / 2014
 
 
SERÁ CONSCIÊNCIA?
Eles sabem que vão perder embora tal não signifique necessariamente que nós vamos ganhar. Não, uma coisa não implica necessariamente a outra mas, não deixa de abrir espaço para algumas expectativas não tão negativas.
Sabem-no porque sabem o que têm andado a fazer e as consequências que ocasionaram, um retrocesso civilizacional de muitos anos. Sabem-no, também, pelo registo do fim da lamúria. Não que não continue a existir gente que se queixe que há mas, na generalidade, as pessoas interiorizaram a consciência de determinada realidade e perceberam que o papel deles é mesmo esse e que é contrário ao nosso. Aí entende-se deixar de haver razão para queixas. Se eles cumprem o papel deles, devemos nós cumprir o nosso.
Chegados aqui começa a instalar-se um silêncio.
Silêncio que não é vazio, antes pelo contrário.
O silêncio tudo integra e nada exclui.
Pode parecer o contrário apenas porque tudo está domesticado pela compreensão de causas e efeitos.
Quando Tudo se aquieta e fica apenas a totalidade do silêncio (que como se sabe só se poderá escutar  interiormente), acredita-se que todas as possibilidades estão ainda disponíveis embora os obstáculos a ultrapassar possam ser maiores ou menores.
Se assim for, a variável que mais se afirmará como determinante para o sucesso (ou insucesso) da empresa, será o querer e a vontade dos desafiados e a eficácia conseguida no propósito da consumação.
Portanto,
os que falam do tempo que esperem, ou então que venham também para que o tempo seja mais breve.
 
Porque,
se alguns tiverem de avançar, avançam;
Se obstáculos têm de ser derrubados, serão;
Se pontes tiverem de ser construídas para o que se quer edificar, se-lo-ão.
Porque,
assim tem de ser e assim será.

Manuel João Croca



Foto: Edgar Cantante

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