terça-feira, 18 de dezembro de 2012

FRESCOS


Há uma mancha cor-de-laranja no céu.
Algo se esconde atrás das nuvens.

                                Alhos Vedros, Junho de 1983

24 comentários:

Anónimo disse...

Hoje está um nevoeiro que tapa o mar e que não deixa ver o céu - ainda bem que viste essa mancha cor-de-laranja num qualquer dia de Junho de 1983 porque assim, hoje, eu também a vi! Thank you!

A.Tapadinhas disse...

É William Turner!?

:)

É o PSD!?

(não esses vão para o inferno)

Abraço,
António

Unknown disse...

Hoje não é um dia qualquer. as manchas são brancas e estão para cá das nuvens. Eu estou feliz...

MJC disse...

Palpita-me que é um infinito azul do futuro agora.
É giro como as linguagens se abraçam...

Mjc

Luís F. de A. Gomes disse...

You are welcome. Unless I’m a honkey monkey, I’ve nothing but gratitude for your kindness as a reader.
Any way, I’m always glad you like.

And when the see became by sounds, when frog try to make us guess what is behind the gray, the light let our soul’s fly away, far away, and then we realize the tenderness that makes the wave softly kiss the sand.

Haven’t you fell it on that very old orange spot in the sky?
If you did, that’s poetry and you are a poet.

Luís F. de A. Gomes disse...

Turner não, coitado que não é para aqui chamado, mas o PSD é em cheio, embora ao contrário do que dizes, precisamente por esses estarem - eles não vão, já lá estão ou já cá estão, dependendo do ângulo do observador - no inferno que é aqui, onde nós estamos e vivemos e eles são precisamente os diabos que nos supliciam, não como naquelas cenas terríficas que o Jeronimus nos legou, antes com a subtileza ainda mais terrífica com que nos esvaziam as almas e nos forçam à triste condição de escravos, isto depois de roubados de tudo o que pode contribuir para dar sentido a uma vida digna.

Há para aí algum remédia contra esta praga?

Aquele abraço, companheiro
Luís

Luís F. de A. Gomes disse...

Que bom sentir essa harmonia
que eu não quero perturbar.
Fico eu pois na alegria,
por a ter querido partilhar.

Luís F. de A. Gomes disse...

Infinita é a alma que assim vê.

Aquele abraço, companheiro
Luís

Anónimo disse...

Luís, many thanks for your kindness - and for your comment in English which is as poetic as your 'Frescos'. I wish I was a poet, too! I know how to feel, but unfortunately I will never be able to put my feelings into words - and I don't need to, as I always find such beautiful words written by true poets! And that is my inspiration, and enough to make me leave home with a smile! Thank you!

Anónimo disse...

Erratas:

Para o ilustre Anónimo:

(...) glad you like it.

(...)the frog (...).

(...) grey (...).


Para o Tó:

Há por aí algum remédio (...).


Para a Teresa:

que não quero perturbar.

Sorry

Luís

Luís F. de A. Gomes disse...

Erratas:

Para o ilustre Anónimo:

(...) glad you like it.

(...)the frog (...).

(...) grey (...).


Para o Tó:

Há por aí algum remédio (...).


Para a Teresa:

que não quero perturbar.

Sorry

Luís

Luís F. de A. Gomes disse...

But I have to say how I see as one. First of all, poetry is about how we live our days and you do it so. Words are words, just words and poetry that really matter, it's more, much more, than that.
Don't you agree?

Thnak you.

Luís F. de A. Gomes disse...

A new erratum to the illustrious anonymous:

As I see you as one.

Once again, sorry

Anónimo disse...

I suppose I agree with you, although finding the right words to express your feelings makes it possible to share the beauty with others and make them smile, as it happens to me when I read something that touches my soul! Whereas if you simply feel things your ability to share is not as complete! I believe that writing and sharing brings this sense of completeness into one's life... I suppose there's only one 'thing' that's more important than words: People!

Luís F. de A. Gomes disse...

Sorry,

Not as I see you, but how I see you.

Anónimo disse...

Don't worry, I understand what you meant... these comments are getting into quite a discussion about poetry! And a very stimulating one, I should say! Thank you for that... again! A lot to thank for, today!

Luís F. de A. Gomes disse...

Oh yes, you can say that. There´s nothing more important than people. We have to say that, again and again and again...
Most of all, we have to live that way.

Unknown disse...

Tenho alguma pena de perceber mal a língua inglesa... mas não faz mal ficar com pena...

Anónimo disse...

Once again we agree!

Unknown disse...

Do que eu entendi, acho que Eugénio de Andrade faz sentido nesta "conversa". Será que compreendi bem?

AS MÃOS

Recomecemos então, as mãos
palma com palma.
Diz, não digas, a palavra.
As palavras terão sentido ainda?
Haverá outro verão, outro mar
para as palavras?
Vão de vaga em vaga,
de vaga em vaga vão apagadas.
Seremos nós, tu e eu, as palavras?
Onde nos levam, neste crepúsculo,
assim palma a palma,
de mãos dadas?

Luís F. de A. Gomes disse...

As far as I can see, you fell poetry as a joy in your days and that's because you have it inside you. So there's the reason you like to talk about it and you find greatness in my simple words. You are the poet. I'm no one than a poor guy who likes to see himself as a... Someone who loves to joke with words, only words.

One more time, I have to say, thank you

Luís F. de A. Gomes disse...

Ok! Eu traduzo.

1.

És bem vindo o que fazemos equivaler ao nosso, não tem de quê.
A seguir, à letra seria mais ou menos assim:
A menos que fosse burro, deixaria de agradecer a sua bondade enquanto Leitor.
De qualquer forma, fico sempre satisfeito que goste.

Depois faço uma brincadeira entre see (ver) e sea (mar). Não sei se um inglês o faria deste modo - see pressupões sempre o to e não se pode usar do modo como o fiz - mas eu fiz e pouco me importa o desacerto que possa conter.
Então será assim:

E quando o ver/mar nos chega através dos sons, quando o nevoeira tenta que adivinhemos o que está para lá do cinzento, a luz consente que as nossas almas voem para longe, muito longe, e aí compreendemos a ternura com que as ondas beijam a areia.

Não o sentiu naquela tão antiga mancha cor-de-laranja, no céu?
Isso é poesia e nesse caso é um poeta.

2. (resposta do Ilustre Anónimo)

Muito obrigado pela tua (o Ilustre Anónimo trata-me, sem me conhecer, na segunda pessoa, mas está bem assim) - e pelo teu comentário em Inglês, tão poético quanto os teus "Frescos" (perdoe-me o que soa a auto-elogio, mas estou a traduzir). Quem me dera ser também um poeta. Sei (e compreendo) o que sinto, mas infelizmente nunca consigo traduzir os meus sentimentos em palavras - e não preciso disso, na medida em que posso sempre deparar-me com palavras tão lindas (belas) de verdadeiros poetas. E são a minha inspiração e suficientes para que, em casa, permaneça com um sorriso. Obrigado.

3. (disse eu)

Devo dizer que o vejo com um poeta. Antes de tudo, a poesia diz respeito ao que fazemos dos nossos dias e é isso que (o Ilustre Anónimo) faz. As palavras são apalvras, apenas palavras e a poesia que realmente importa é muito mais que isso.
Não concorda?
Obrigado.

4. (E o Ilustre Anónimo disse)

Posso concordar contigo, contudo só conseguiremos levar os outros a partilhar a beleza e a sorrir, tal como me sucede quando leio algo que me toca a alma. Enquanto apena conseguimos sentir, não atingimos o pleno da nossa capacidade de partilhar. Acredito que escrever e partilhar trás uma tal completude para a vida de cada um. Quanto a mim, apenas "uma coisa" é mais importante que as palavras: as pessoas.

5. (Acrescentei)

Pode dizê-lo. Nada há mais importante que as pessoas e importa repeti-lo uma e outra vez.
Acima de tudo temos que viver com isso.

6.

Mais uma vez, estamos de acordo.

7. (Por fim, eu disse)

Diria que sente a poesia como uma Alegria na sua vida e isso porque a tem dentro de si. Só por isso gosta de falar sobre o assunto e consegue dar importância às minhas palavrinhas. (O Anónimo) É um poeta. Eu sou apenas alguém que gosta de ser ver como... Alguém que adora brincar com as palavras, nada mais.


Creio que é tudo.

Luís F. de A. Gomes disse...

Pouco importa que as palavras se deixem escorrer em murmúrio, quando as mãos levam os dedos a desenharem as letras em que os sentidos gostam de arder no júbilo do encanto.
Como poderemos tocar as estrelas se não começarmos por dar as mãos, assim, palma a palma, como diz o Poeta, sem mais que o deixar que se toquem?

É que é esse o toque em que o mundo começa.

O Eugénio é bem vindo sempre que poesia vem a conversa.

Anónimo disse...

Brilhante tradução! Também já me fez sorrir e até uma ou outra gargalhada! De satisfação! É verdade, trato-te sempre por Tu, embora em Inglês o 'you' seja, também, a 2ª pessoa do plural! E de tão plural, Muito Bom este momento EG de hoje!