Cascais 2
Na linha da água
onde a tábua resvala
o teu colo me espera
rápido como o vento
enrolo a onda do poema
um longo lençol do amor
na tábua ficam os
cabelinhos
como o mel é o lugar de
conforto
da língua e dos lábios
caminhamos pela noite
com a pimenta
e a vitela mal passada
mas saborosa
o amor é sempre distante
e tão perto
como a alface e os
tomatinhos
na frescura do calor -
corro
até ao suor cavalgar a
rua espessa
é Fevereiro e está sol
em Cascais o meu amor
acorda
na linha da água
MUDAR
Busco a mudança
no incógnito regresso
ao ventre
exijo outra
nova
repetida forma
na deformação do corpo
em desconhecimento
tenho o medo resolvido
entre os dedos: a coragem
nas brincadeiras
infantis do reconhecimento
mudo o foco no desatino
das sentenças
em que como igual
permaneço.
(Pedro Du Bois, inédito)
5 comentários:
Excelente, caro Luís, o poema do Gil fez muito bem ao meu. Abraços, Pedro.
Dois excelentes poemas.
Abraços.
Apetece-me fazer um bis
da expressão do Luís.
Duas excelentes companhias
estas poesias.
É bom poder disfrutar destas presenças.
Manuel João Croca
Gostei muito dos poemas hoje publicados. E tenho andado aqui às voltas com o poema do Pedro Du Bois... O regresso à infância, onde é possível construír, sem medos, castelos de nuvens e mudanças de todas as cores? - 'tenho o medo resolvido entre os dedos: a coragem nas brincadeiras infantis do reconhecimento'! Não sei se foi o que quis dizer, mas foi assim que o li e Gostei! Muito!
Amélia, sua leitura conduz meu texto. Abraços, Pedro.
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