sábado, 9 de fevereiro de 2013

Poemas que se encontram


Cascais 2
Na linha da água

onde a tábua resvala
o teu colo me espera
rápido como o vento
enrolo a onda do poema
um longo lençol do amor
na tábua ficam os cabelinhos
como o mel é o lugar de conforto
da língua e dos lábios
caminhamos pela noite com a pimenta
e a vitela mal passada mas saborosa
o amor é sempre distante e tão perto
como a alface e os tomatinhos
na frescura do calor - corro
até ao suor cavalgar a rua espessa
é Fevereiro e está sol
em Cascais o meu amor acorda
na linha da água




MUDAR

Busco a mudança
no incógnito regresso
ao ventre
exijo outra
        nova
        repetida forma
        na deformação do corpo
        em desconhecimento

tenho o medo resolvido
entre os dedos: a coragem
nas brincadeiras
infantis do reconhecimento

mudo o foco no desatino
das sentenças
em que como igual
                         permaneço.


(Pedro Du Bois, inédito)

5 comentários:

Pedro Du Bois disse...

Excelente, caro Luís, o poema do Gil fez muito bem ao meu. Abraços, Pedro.

luis santos disse...


Dois excelentes poemas.
Abraços.

MJC disse...

Apetece-me fazer um bis
da expressão do Luís.

Duas excelentes companhias
estas poesias.

É bom poder disfrutar destas presenças.

Manuel João Croca

Amélia Oliveira disse...

Gostei muito dos poemas hoje publicados. E tenho andado aqui às voltas com o poema do Pedro Du Bois... O regresso à infância, onde é possível construír, sem medos, castelos de nuvens e mudanças de todas as cores? - 'tenho o medo resolvido entre os dedos: a coragem nas brincadeiras infantis do reconhecimento'! Não sei se foi o que quis dizer, mas foi assim que o li e Gostei! Muito!

Pedro Du Bois disse...

Amélia, sua leitura conduz meu texto. Abraços, Pedro.