Uma Revista que se pretende livre, tendo até a liberdade de o não ser. Livre na divisa, imprevisível na senha. Este "Estudo Geral", também virado à participação local, lembra a fundação do "Estudo Geral" em Portugal, lá longe no ido século XIII, por D. Dinis, "o plantador das naus a haver", como lhe chama Fernando Pessoa em "Mensagem".
Coordenação de Edição: Luís Santos.
Bom dia, Luís! Os Versículos levantam-me sempre uma série de questões, provavelmente porque não entendo essa vertente mais filosófica (?) que parecem conter! Será que não existe dentro nem fora porque é a partir de dentro que sentimos/experienciamos o que nos é exterior? O 'meu' mundo é plural, acho, existe o Eu e o Outro e a forma como entendo relacionar-me com esse mundo é neste contexto de multiplicidade! Será que isto faz sentido? E será contrário ao que escreveste ou a pluralidade não implica que não exista unidade e faz, também, parte dela? Da mesma forma que o Outro também faz parte do Eu, porque um não existiria sem o outro?
De acordo com o versículo, a Amélia disse bem: "a pluralidade não implica que não exista unidade". E a reflexão que faz em voz alta, também tem muita piada (no bom sentido do termo), de forma que chega à resposta pelo meio do dialético raciocínio. Mas em desacordo com o que segue, nós não diriamos que a pluralidade faz parte da unidade; antes, que existem as duas, mas que ambas são, no fim das contas, só Uma. Daí o Paradoxo. No fim, acaba por ser traída pela emoção, na relação que estabelece entre o "Outro" e o "Eu"... É que acaba por ser muito mais do que isso... E esta?
Não nado nada bem nas águas da filosofia e, correndo o risco de 'perder o pé', diria que me parece que as minhas questões estão mais ou menos de acordo com o que escreveste no teu comentário. Ou seja, aquilo que escreveste faz-me todo o sentido, de tal forma que, provavelmente, seria isso que queria dizer sem saber como.
O dentro e o fora, o eu e o outro, o sentir e o compreender; Sentindo-se compreende-se e ao compreender-se sente-se, creio. O eu e o outro; Se a isso se juntarem as circunstâncias – que são consequência das outras todas e por elas criadas, implicando-se e implicando-as na mesma massa – chegamos ao contexto. Contexto que é tudo e todos e a tudo e todos envolvendo. Penso que terei conseguido dizer o que penso se não, fica ao menos a tentativa. Um abraço, Manuel João
Não te preocupes, será sempre uma tentativa. As palavras escritas que nós usamos nunca poderão ser mais do que uma tentativa de explicação do que realmente somos. Por vezes até que se aproximam, sobretudo a partir de uma utilização metafórica, tal como pela expressão poética. Neste sentido, as palavras são um veículo para lá chegarmos, à semelhança de outros, porque permitem, nalguns casos, aceder de forma imediata a um certo conhecimento essencial. Esse motor que as palavras ativam chamamos de intuição... Mas é evidente que são um veículo poderoso, tal como nos é revelado pelas infinitas bibliotecas.
11 comentários:
Bom dia, Luís!
Os Versículos levantam-me sempre uma série de questões, provavelmente porque não entendo essa vertente mais filosófica (?) que parecem conter! Será que não existe dentro nem fora porque é a partir de dentro que sentimos/experienciamos o que nos é exterior? O 'meu' mundo é plural, acho, existe o Eu e o Outro e a forma como entendo relacionar-me com esse mundo é neste contexto de multiplicidade! Será que isto faz sentido? E será contrário ao que escreveste ou a pluralidade não implica que não exista unidade e faz, também, parte dela? Da mesma forma que o Outro também faz parte do Eu, porque um não existiria sem o outro?
Exma.
De acordo com o versículo, a Amélia disse bem: "a pluralidade não implica que não exista unidade". E a reflexão que faz em voz alta, também tem muita piada (no bom sentido do termo), de forma que chega à resposta pelo meio do dialético raciocínio.
Mas em desacordo com o que segue, nós não diriamos que a pluralidade faz parte da unidade; antes, que existem as duas, mas que ambas são, no fim das contas, só Uma. Daí o Paradoxo.
No fim, acaba por ser traída pela emoção, na relação que estabelece entre o "Outro" e o "Eu"... É que acaba por ser muito mais do que isso... E esta?
Abraço claro.
Será esta uma leitura oportuna do versículo?
Aí vai:
De dentro vem o Sentir
sem haver somente dentro
porque também aí está
o que de fora nos vem
De fora, o compreender.
Que ficaria de fora
se cá dentro não houvesse .
De dentro e de fora.
Sinto e compreendo.
Sou.
Eu.
Caro Luís Santos,
Não nado nada bem nas águas da filosofia e, correndo o risco de 'perder o pé', diria que me parece que as minhas questões estão mais ou menos de acordo com o que escreveste no teu comentário. Ou seja, aquilo que escreveste faz-me todo o sentido, de tal forma que, provavelmente, seria isso que queria dizer sem saber como.
Obrigada pela explicação!
Abraço,
Exma.
Cara Teresa,
A sua interpretação do versículo é absolutamente oportuna. E, então, sob a forma de poema mais ainda.
Mas para nós faria muito mais sentido se invertesse os dois últimos versos.
Abraço.
Aquilo que escreveste? Mas nós conhecemo-nos? Donde?
As tuas palavras também fazem para nós todo o sentido.
De nada.
Realmente, Luís, invertendo os dois últimos versos, faz muito mais sentido. Obrigada. É tão bom trocar... é sentir e compreender. Não e?
Trocar é muito bom.
Sim.
Não creio...um mero 'lapsus linguae'...
O dentro e o fora, o eu e o outro, o sentir e o compreender;
Sentindo-se compreende-se e ao compreender-se sente-se, creio.
O eu e o outro;
Se a isso se juntarem as circunstâncias – que são consequência das outras todas e por elas criadas, implicando-se e implicando-as na mesma massa – chegamos ao contexto.
Contexto que é tudo e todos e a tudo e todos envolvendo.
Penso que terei conseguido dizer o que penso se não, fica ao menos a tentativa.
Um abraço,
Manuel João
Não te preocupes, será sempre uma tentativa. As palavras escritas que nós usamos nunca poderão ser mais do que uma tentativa de explicação do que realmente somos. Por vezes até que se aproximam, sobretudo a partir de uma utilização metafórica, tal como pela expressão poética.
Neste sentido, as palavras são um veículo para lá chegarmos, à semelhança de outros, porque permitem, nalguns casos, aceder de forma imediata a um certo conhecimento essencial. Esse motor que as palavras ativam chamamos de intuição... Mas é evidente que são um veículo poderoso, tal como nos é revelado pelas infinitas bibliotecas.
Um abraço com muitas letras.
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