sábado, 16 de março de 2013

Cargueiro



A corda bamba da saudade
Ilumina a monótona sensação,
A vida navega com a idade
E na corrente, sagrada baila a ilusão.

Existe-se ao desbarato,
A vida é uma feira onde tudo é comprado
É um navio carregando um contrato,
De saudade pelas amarras do fado.

Elétrica sabedoria em modo presente
Jorrando dos umbrais ao convés,
Olhos de negrume em sol poente,
O nevoeiro é eterno e de futuro as marés.

Homem ao mar!! E o desespero tripula.
A doca mais próxima é infinita,
A bóia encrava, o pânico flutua,
Lá se eleva o homem com a bóia á cinta.


Diogo Correia

2 comentários:

MJC disse...

Amigo Diogo,
mais um magnífico poema.
Assim que li os primeiros versos identifiquei imediatamente quem era o Autor facto que, para mim, significa que cada vez mais tens uma voz única que ousas soltar e, obviamente, isso é muito bom.

Grande Abraço.

Manuel João Croca

Diogo Correia disse...

Amigoo Croca !!!

Obrigado pelas tuas palavras mágicas.

Limito-me a partilhar com vosses o vejo e sinto, o que é um prazer enorme para mim, de resto não há mais nada, mesmo nada.

Enorme Abraço
Diogo Correia