quarta-feira, 5 de junho de 2013


A U R A

Percorria a minha rua,
sempre da mesma maneira,
com sorrisos belos e contagiantes,
não permitindo que as pedras do caminho
interferissem nas suas dádivas.

Olhos azuis, belos e profundos,
secundarizavam as rugas
que contemplavam os seus
mais de oitenta anos

O seu cabelo todo branco
permitia diferenciá-la lá ao longe,
fazendo que me demorasse
para poder usufruir da sua presença,
do seu diálogo,
que me energizava,
dando-me mais vida, mais força,
para aquele dia.

Um dia sob que partira,
senti uma tristeza,
mas a sua presença
e o seu sorriso
tornaram-se presentes,
afirmando uma continuidade
que precisa de ser partilhada.



antonio


1 comentário:

MJC disse...

antonio (só) podem ser muitos mas Aura nunca conheci muitas. Creio que só conheci uma. Era avó de um Amigo meu e minha vizinha em determinada época.

Pela discrição quase que aposto que é essa mesmo que inspirou o poema.

Uma senhora admirável.
Linda (olho azul, cabelo totalmente branco), e um sorriso sempre pronto a abrir-se.

Optimista, simpática, positiva, bem disposta.

Com os olhos postos nessa senhora linda que se chamava Aura, me associo a esta homenagem que um só antonio, que talvez conheça, lhe presta.

Manuel João Croca