A U R A
Percorria a minha rua,
sempre da mesma maneira,
com sorrisos belos e
contagiantes,
não permitindo que as
pedras do caminho
interferissem nas suas
dádivas.
Olhos azuis, belos e
profundos,
secundarizavam as rugas
que contemplavam os seus
mais de oitenta anos
O seu cabelo todo branco
permitia diferenciá-la lá
ao longe,
fazendo que me demorasse
para poder usufruir da
sua presença,
do seu diálogo,
que me energizava,
dando-me mais vida, mais
força,
para aquele dia.
Um dia sob que partira,
senti uma tristeza,
mas a sua presença
e o seu sorriso
tornaram-se presentes,
afirmando uma
continuidade
que precisa de ser
partilhada.
1 comentário:
antonio (só) podem ser muitos mas Aura nunca conheci muitas. Creio que só conheci uma. Era avó de um Amigo meu e minha vizinha em determinada época.
Pela discrição quase que aposto que é essa mesmo que inspirou o poema.
Uma senhora admirável.
Linda (olho azul, cabelo totalmente branco), e um sorriso sempre pronto a abrir-se.
Optimista, simpática, positiva, bem disposta.
Com os olhos postos nessa senhora linda que se chamava Aura, me associo a esta homenagem que um só antonio, que talvez conheça, lhe presta.
Manuel João Croca
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