MOVIMENTO
POR MELHORES
COMBOIOS NA “LINHA DO SADO”
Rua Silva
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A inaceitável situação de funcionamento da Linha do Sado.
Senhor Ministro,
Desde o início da electrificação da
Linha do Sado, em 14/12/2008, que questões fundamentais para o seu normal
funcionamento, como o cumprimento dos horários; a regular manutenção dos
elevadores; a vigilância nas estações e apeadeiros, e a necessidade da
existência de bilheteiras como alternativa nos casos de falta de resposta das
máquinas para aquisição de bilhete, têm sido colocadas directamente por esta
Comissão à CP, à REFER e dado conhecimento disso ao Senhor Ministro da Tutela.
E colocamos que a deslocação de
apenas três unidades motoras para esta linha era manifestamente insuficiente,
impondo-se sim a vinda de mais uma unidade motora a fim de assegurar a regular
manutenção do material circulante e corresponder ao cumprimento dos horários em
vigor.
É no mesmo sentido, que temos
defendido a necessidade da utilização da EMEF do Barreiro por ser a oficina
adequada e melhor posicionada para a manutenção e reparação do material
circulante a operar nesta linha.
Senhor Ministro,
Na Linha do Sado há sempre
elevadores que não funcionam, situação que conduz a três situações que não
devem existir, a saber:
1) - A que idosos, pessoas com artroses, mães com
crianças em carrinhos ou ao colo e pessoas com volumes pesados, sejam forçados
a utilizar os 44 degraus da escadaria.
2) - A que a vedação nos apeadeiros seja rebentada para
que diariamente um número considerável de pessoas atravesse a pé as duas
linhas, situação perigosa que pode levar à perda de vidas;
3) - E a que muitas das pessoas estejam a evitar utilizar
o comboio, o que é mau para as populações e para a receita da própria CP.
Acresce que a falta de vigilância
nos apeadeiros durante o horário de circulação dos comboios é não só um forte
impedimento ao aumento de passageiros como coloca os utentes em situação de
insegurança.
E há, inclusivamente, situações cuja
existência não têm o mínimo de justificação, como seja a falta de higiene e
limpeza nos elevadores e cais de embarque.
Senhor Ministro,
O argumento que a CP – Comboios de
Portugal tem utilizado em cartazes afixados nos locais de embarque de
passageiro e não só, como pretensa justificação ao não cumprimento dos horários
e ao corte de comboios a que chama “perturbações resultantes das greves dos
ferroviários”, não passa, Senhor Ministro, de uma pura mascarada.
Primeiro, porque nas questões
laborais entre empregadores e empregados, as leis do trabalho e os compromissos
existentes devem ser respeitados;
Segundo, porque tais situações não
ilibam a CP de cumprir o seu compromisso, público, com os utentes e as
populações, garantindo transporte alternativo.
Compromisso a que a CP não pode
fazer dela letra morta, e muito menos quando uma grande parte dos utentes tem
já o seu título de transporte pago e o seu posto de trabalho é posto em causa
pela falta forçada ao emprego.
Uma vez que notícias surgidas na
comunicação social podem ser interpretadas como uma ameaça de privatização da
Linha do Sado, aqui fica, Senhor Ministro, o alerta geral da parte dos utentes
de que a privatização da linha, pela inevitabilidade que uma tal situação
traria mais aumentos dos tarifários e a degradação de um serviço que se
pretende que seja público e efectuado pela CP, como empresa pública.
Com as respeitáveis saudações democráticas.
Setúbal, 14.06.2013
P`la Comissão de Utentes da Linha do Sado
Américo Lázaro Leal
Frederico Tavares
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