sexta-feira, 28 de junho de 2013

Os caminhos do espírito


Bhagavad-Gita, ou “A Canção de Deus”

Capítulo do Mahabharata, o grande épico indiano, e um dos textos sagrados do hinduísmo.

O grande protagonista do livro que fala na primeira pessoa, Krishna, o avatar de Vishnu, ou seja a própria divindade, dialoga com Arjuna, seu discípulo guerreiro, em pleno campo de batalha. Arjuna representa o papel de uma alma confusa sobre o seu dever e recebe iluminação diretamente do Senhor Krishna que o instrói na arte da auto-realização.

 Há quem o considere o maior das “Uppanishades”. É o texto inspirador de Ghandi.

Influenciou muitos escritores ocidentais como Aldous Huxley. “Irmânia”, livro de Ângelo Ribeiro, autor português do século passado, também revela a sua influência. Einstein dizia que “quando lia o Bhagavad-Gita e pensava nas leis do universo, tudo o resto se tornava vulgar”.

Esta obra releva, sobretudo, o amor devocional, o amor divino, acima de conhecimento e ação, dos que agem com os sentidos equilibrados, ou dos que agem não agindo, à boa maneira do Tao.

A essência de Krishna é o universo inteiro. Tudo é sagrado. Tudo é uno. O uno e o múltiplo são inseparáveis. Deus é a totalidade, transcende o bem e o mal, ou seja, pode ser bom, mas também pode ser mau!

Krishna diz a Arjuna: “Tu e eu existimos desde sempre”; “os corpos perecem, mas a alma não”; “o Uno não tem início, nem fim – não nasceu, nem morrerá”; “o apego ao prazer, a aversão à dor, a valorização da dualidade são limitações humanas”; “Deus é tudo em todas as coisas”, de resto como diz São Paulo nos “Coríntios”.


E continuando: “Só aquele a quem conceder uma particular graça é que me pode ver, mais ninguém”… Mas enquanto homem, Arjuna, não aguenta muito tempo a perceção e a visão de Deus, e só quer que a experiência acabe… 


Carlos Rodrigues


P.S.: Provavelmente o último, dedicado ao Croca.

3 comentários:

MJC disse...

Se se confirmar que é último será, na minha opinião, uma pena já que considero a rúbrica deveras interessante.

O facto de me ser dedicada obriga-me a uma releitura da releitura, mais atenta, para tentar perceber o melhor possível o que ali está.

De qualquer forma os meus agradecimentos ao Carlos Rodrigues.

Com um abraço.

Croca

carlos rodrigues disse...


Não tens que agradecer. Foi uma dedicatória merecida. E Abraço.

estudo geral disse...

Não tenho que mas quero.
Agradecer.
A dedicatória e o abraço.
E quero também desejar que a rúbrica possa continuar.
Quer dizer, desejo mas sem pressão.

Abraço.

Croca