A
Mística Selvagem
A mística pode ser anti-espiritualista.
Uma mística dos sentidos valorizará mais as
realidades mundanas do que a procura de uma experiência religiosa. Neste
sentido, a experiência puramente estética (beleza, música, pintura…) será
preferível ao sentimento religioso.
Uma mística profana, uma santidade sem Deus.
Pode-se procurar exclusivamente a própria vida,
sem imanência nem transcendência.
Tudo se pode reduzir a uma gargalhada cósmica.
Na experiência mística o essencial é indizível, inefável. Não é possível lá
chegar por palavras. “A rosa é sem porquê…”
A habitual escala crescente da consciência
humana – sentir, emoção, desejo, memória, razão, intuição, espírito – carece de
sentido.
O Amor Místico precisa doutro tipo de expressão
que exceda a linguagem – a embriaguez dos sentidos, a poesia… o vinho
invisível, a embriaguez mística como um estado diferenciado de consciência. Um
descentramento do indivíduo que, todavia, se faz em direção ao centro de si
mesmo.
Na experiência do Amor há uma suspensão do
juízo, não há separação, não há dualidade. Raciocinar, pensar, implica sempre
estabelecer um limite.
"Cala-te!" Pode-se compreender, mas não se pode
expressar.
Ou, como diria Santo Agostinho: “Ama e faz o
que quiseres.”
Carlos Rodrigues
FIM
6 comentários:
Como é hábito a crónica de Carlos Rodrigues é interessante.
O facto de dizer "Fim" quer dizer que vai acabar?
Vou já dizer ao secretariado para preparar a renovação do contrato.
Abraço.
Manuel João
Sim,
um conjunto de apontamentos que chegou ao fim.
Abraço.
Pronto.
Resta então esperar por um novo conjunto.
Eu, por mim, vou ficar a aguardar.
Abraço.
Manuel João
Embora como diria o Chico Buarque:
"não espere sentado
ou você se cansa
está provado
quem espera nunca alcança"
eu, por mim, neste caso vou mais pelo provérbio: "quem espera sempre alcança"
E, então, quem sabe esperar em paz alcança mais ainda.
Abraço.
Esperar em paz, claro.
Fartos de guerras que nada nos dão a não ser, talvez, a ilusão de que vamos ganhar.
O quê?
Abraço
Manuel João
(...)
Mais ou menos como dizia Einstein, "quando leio o Bhagavad Gita e penso nas leis do universo, tudo o resto se torna vulgar."
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