RETRATOS
– VI
Os
retratos registam instantes para a posteridade.
Naturalmente
que uns mais marcantes, outros mais irrelevantes.
É
por isso que quando visitamos aqueles álbuns antigos ainda nos surpreendemos, e
emocionamos, com alguns registos que comprovam e nos elucidam sobre a passagem
do tempo.
Para
além dos retratos em papel, há o registo que guardamos na nossa memória
fotográfica e que catalogamos em “pastas” a que chamamos de lembranças.
Por
isso a capacidade de nos lembrarmos é tão importante no ser o que somos.
Vem
isto a propósito do facto de que hoje, uma dessas pastas de lembranças que
trazemos sempre connosco pois que moram em nós, se ter aberto por sua exclusiva
vontade revelando-se com toda a naturalidade. A naturalidade era tanta,
instalou-se com tanto desafogo, que percebi logo que não tinha pressa de partir,
facto que se veio a confirmar.
Tem
andado todo o dia comigo e, de vez em quando, sorri-me.
É
agradável e não me importo nada com isso, caso contrário nem estaria a falar
disso, não é verdade?!
Manuel João Croca
6 comentários:
Os retratos são pedaços do tempo que passou.
É uma maneira de tentar esquecer que a nossa vida não tem tecla de Replay...
A fotografia e o relógio são os objectos mais inúteis alguma vez inventados pelo homem: só mostram o passado...
De vez em quando, faz bem, pensar no que temos e, só então, se for esse o caso, chorar aquilo que não temos e já tivemos, como, por exemplo, a juventude....
Esta sabedoria, que é um bom caminho para se ser feliz, leva muito tempo (às vezes demasiado!) a ser adquirida...
Abraço,
António
MJC, Bom dia!
Será que ontem foi o Dia Nacional das Memórias? Tal como no teu texto, o meu 'momento do dia' de ontem foi um 'retrato' - uma velha fotografia que um velho amigo digitalizou e que eu nem sabia que existia, de um momento feliz!
Não nascemos em cada dia, o que somos hoje é o resultado de todos esses momentos, bons e maus, que constituem a nossa história e, consequentemente, a nossa identidade. Pessoalmente, também acho agradável olhar para essas gavetas de memórias: as boas, porque gosto de revisitar os momentos de felicidade passados e as más, para tentar não repetir erros passados e, alguns, ultrapassados.
E depois, o passar do tempo é uma inevitabilidade, à qual não se pode fugir - o melhor mesmo é encará-lo com um sorriso... e seguir em frente!
Bom domingo!
Amélia
Curiosa a foto. Fotografia aérea? Autor desconhecido?
Abraço.
Caros Amigos, vivam!
Obrigado pelos vossos comentários.
Os retratos são pedaços do tempo que passou.
É verdade mas, nem sempre, só isso.
Às vezes, como no caso, podem ser também vislumbres de um futuro.
O meu post não pretende chorar nada, não é esse o seu propósito.
É mais a afirmação de uma expectativa positiva em relação ao futuro.
Encontrei arquivada no meu computador a foto que reproduzo no final do post.
Olhei para ela e vi, nas cores irisadas, as cores do meu país fugindo da névoa das nuvens.
Então pensei: está a clarear.
Um ciclo está a fechar-se, um novo ciclo vai nascer.
Necessariamente melhor, não pode ser de outra forma.
É Hora!
Foi essa imagem (ideia) que me visitou ao longo do dia e a que eu me limitei a dar voz.
Abraços.
Manuel João Croca
Amigo Luís, viva.
A foto descobri-a no arquivo do meu computador.
Não sei quem é o Autor senão teria indicado o nome.
Só espero não vir a ser processado...
Abraço.
Manuel João
MJC,
A tua sorte é o mar estar 'de levante'... :)
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