domingo, 26 de maio de 2013


RETRATOS – VI


Os retratos registam instantes para a posteridade.
Naturalmente que uns mais marcantes, outros mais irrelevantes. 
É por isso que quando visitamos aqueles álbuns antigos ainda nos surpreendemos, e emocionamos, com alguns registos que comprovam e nos elucidam sobre a passagem do tempo.

Para além dos retratos em papel, há o registo que guardamos na nossa memória fotográfica e que catalogamos em “pastas” a que chamamos de lembranças.
Por isso a capacidade de nos lembrarmos é tão importante no ser o que somos.

Vem isto a propósito do facto de que hoje, uma dessas pastas de lembranças que trazemos sempre connosco pois que moram em nós, se ter aberto por sua exclusiva vontade revelando-se com toda a naturalidade. A naturalidade era tanta, instalou-se com tanto desafogo, que percebi logo que não tinha pressa de partir, facto que se veio a confirmar.
Tem andado todo o dia comigo e, de vez em quando, sorri-me.
É agradável e não me importo nada com isso, caso contrário nem estaria a falar disso, não é verdade?!


Manuel João Croca



6 comentários:

A.Tapadinhas disse...

Os retratos são pedaços do tempo que passou.

É uma maneira de tentar esquecer que a nossa vida não tem tecla de Replay...

A fotografia e o relógio são os objectos mais inúteis alguma vez inventados pelo homem: só mostram o passado...

De vez em quando, faz bem, pensar no que temos e, só então, se for esse o caso, chorar aquilo que não temos e já tivemos, como, por exemplo, a juventude....

Esta sabedoria, que é um bom caminho para se ser feliz, leva muito tempo (às vezes demasiado!) a ser adquirida...

Abraço,
António

Amélia Oliveira disse...

MJC, Bom dia!

Será que ontem foi o Dia Nacional das Memórias? Tal como no teu texto, o meu 'momento do dia' de ontem foi um 'retrato' - uma velha fotografia que um velho amigo digitalizou e que eu nem sabia que existia, de um momento feliz!

Não nascemos em cada dia, o que somos hoje é o resultado de todos esses momentos, bons e maus, que constituem a nossa história e, consequentemente, a nossa identidade. Pessoalmente, também acho agradável olhar para essas gavetas de memórias: as boas, porque gosto de revisitar os momentos de felicidade passados e as más, para tentar não repetir erros passados e, alguns, ultrapassados.
E depois, o passar do tempo é uma inevitabilidade, à qual não se pode fugir - o melhor mesmo é encará-lo com um sorriso... e seguir em frente!

Bom domingo!
Amélia

luis santos disse...

Curiosa a foto. Fotografia aérea? Autor desconhecido?

Abraço.

MJC disse...


Caros Amigos, vivam!

Obrigado pelos vossos comentários.
Os retratos são pedaços do tempo que passou.

É verdade mas, nem sempre, só isso.
Às vezes, como no caso, podem ser também vislumbres de um futuro.

O meu post não pretende chorar nada, não é esse o seu propósito.

É mais a afirmação de uma expectativa positiva em relação ao futuro.

Encontrei arquivada no meu computador a foto que reproduzo no final do post.
Olhei para ela e vi, nas cores irisadas, as cores do meu país fugindo da névoa das nuvens.

Então pensei: está a clarear.
Um ciclo está a fechar-se, um novo ciclo vai nascer.
Necessariamente melhor, não pode ser de outra forma.
É Hora!

Foi essa imagem (ideia) que me visitou ao longo do dia e a que eu me limitei a dar voz.

Abraços.

Manuel João Croca

MJC disse...

Amigo Luís, viva.

A foto descobri-a no arquivo do meu computador.
Não sei quem é o Autor senão teria indicado o nome.
Só espero não vir a ser processado...

Abraço.

Manuel João

Amélia Oliveira disse...

MJC,

A tua sorte é o mar estar 'de levante'... :)