O Miguel Torgal não deu
notícias.
Não sem alguma surpresa,
percebi que estava com alguma ansiedade em as receber. Determinado, acabei por
conseguir refrear essa coisa.
A racionalidade neste
caso funcionou, «até pode ser que não volte a dar notícias, o nosso encontro
não deixou de ser uma coisa fugaz», segredou-me a voz da consciência e tudo se
aquietou.
Assim, vou partilhar
outra coisa prometendo que, quando surgirem novas do personagem, as partilharei.
FIM DE
TARDE
Na contraluz
do fim da tarde,
quedavam-se
os seres quietos,
observando-se
em silêncio.
Nas suas
individualidades próximas,
insinuavam
em nós um outro conceito.
Sim,
juntos somos outra coisa.
Aqui
começa a floresta.
Manuel João Croca
9 comentários:
Amigo Croca!!
A natureza é realmente um paraiso ás portas do céu. eheheh
Boa escrita ;-)
Abraço
Diogo
Estás desculpado por não nos teres dado notícias do Miguel Torgal...
Afinal, em compensação, temos um "fim de tarde" maravilhoso...
"Sim, juntos somos outra coisa.
Aqui começa a floresta."...
...são palavras que valem mil imagens!
Abraço,
António
MJC
Veremos, então, se o Torgal volta a dar notícias... entretanto, ficámos muito bem servidos com um 'Fim de Tarde' tão bonito quanto o são os fins de tarde - aquele pedaço de dia que o 'lusco fusco' torna tão especial e que tanto convida à interioridade.
Bom Domingo - com um bom fim de tarde também.
Amélia
Inicialmente centrei-me no poema e achei-o óbvio. Agora ao ir das árvores para o poema e, sobretudo, daquela insinuante e feminina criatura, encontrei-lhe um sentido mais profundo e mais compensador. Abraço.
Grato pelos vossos comentários.
O Miguel Torgal anda concerteza a descobrir Lagos e o Algarve e provavelmente a descobrir-se na descoberta.
Tenho a sensação que ficou seduzido pela figura do Infante D. Henrique.
Vamos a ver se volta a dar notícias...
Quanto ao poema, bem a natureza tem sempre lições para nos dar (assim as saibemos entender)e o fim de tarde acentua (pelo menos em mim) a capacidade perceptiva.
Abraços.
Manuel João Croca
Sim, sobretudo aquela árvore...
Ok, percebi que aquela árvore te agrada, sobretudo por ser insinuante e feminina.
Já eu, em relação às árvores, não me detenho tanto em questões de género.
Gosto delas e pronto, sem nunca me ter ocorrido pensar se são masculinas ou femininas.
Abraço.
Manuel João
Neste caso foi, mas não necessariamente. Mais pela graciosidade. Abraço.
Gosto MUITO!
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