domingo, 26 de janeiro de 2014

 
O Miguel Torgal não deu notícias.
Não sem alguma surpresa, percebi que estava com alguma ansiedade em as receber. Determinado, acabei por conseguir refrear essa coisa.
A racionalidade neste caso funcionou, «até pode ser que não volte a dar notícias, o nosso encontro não deixou de ser uma coisa fugaz», segredou-me a voz da consciência e tudo se aquietou.
Assim, vou partilhar outra coisa prometendo que, quando surgirem novas do personagem, as partilharei.
 




FIM DE TARDE

 

Na contraluz do fim da tarde,

quedavam-se os seres quietos,

observando-se em silêncio.

 

Nas suas individualidades próximas,

insinuavam em nós um outro conceito.

 

Sim, juntos somos outra coisa.

Aqui começa a floresta.
 
                                                               
 
 
                                                                  Manuel João Croca

9 comentários:

Diogo Correia disse...

Amigo Croca!!

A natureza é realmente um paraiso ás portas do céu. eheheh

Boa escrita ;-)


Abraço
Diogo

A.Tapadinhas disse...

Estás desculpado por não nos teres dado notícias do Miguel Torgal...

Afinal, em compensação, temos um "fim de tarde" maravilhoso...

"Sim, juntos somos outra coisa.
Aqui começa a floresta."...

...são palavras que valem mil imagens!

Abraço,
António

Amélia Oliveira disse...

MJC
Veremos, então, se o Torgal volta a dar notícias... entretanto, ficámos muito bem servidos com um 'Fim de Tarde' tão bonito quanto o são os fins de tarde - aquele pedaço de dia que o 'lusco fusco' torna tão especial e que tanto convida à interioridade.

Bom Domingo - com um bom fim de tarde também.
Amélia

luis santos disse...


Inicialmente centrei-me no poema e achei-o óbvio. Agora ao ir das árvores para o poema e, sobretudo, daquela insinuante e feminina criatura, encontrei-lhe um sentido mais profundo e mais compensador. Abraço.

estudo geral disse...


Grato pelos vossos comentários.
O Miguel Torgal anda concerteza a descobrir Lagos e o Algarve e provavelmente a descobrir-se na descoberta.
Tenho a sensação que ficou seduzido pela figura do Infante D. Henrique.
Vamos a ver se volta a dar notícias...

Quanto ao poema, bem a natureza tem sempre lições para nos dar (assim as saibemos entender)e o fim de tarde acentua (pelo menos em mim) a capacidade perceptiva.

Abraços.

Manuel João Croca

luis santos disse...


Sim, sobretudo aquela árvore...

MJC disse...

Ok, percebi que aquela árvore te agrada, sobretudo por ser insinuante e feminina.
Já eu, em relação às árvores, não me detenho tanto em questões de género.
Gosto delas e pronto, sem nunca me ter ocorrido pensar se são masculinas ou femininas.
Abraço.

Manuel João

luis santos disse...


Neste caso foi, mas não necessariamente. Mais pela graciosidade. Abraço.

Anónimo disse...

Gosto MUITO!