segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

REAL... IRREAL... SURREAL.... (62)



 Dia de Reis... e do Rei!

2 comentários:

Amélia Oliveira disse...

Havia nele a máxima tensão
Como um clássico ordenava a própria força
sabia a contenção e era explosão
havia nele o touro e havia a corsa
Não era só instinto era ciência
magia e teoria já só prática
Havia nele a arte e a inteligência
do puro jogo e sua matemática
Buscava o golo mais que golo: só palavra
Abstracção. Ponto no espaço. Teorema.
Despido do supérfluo rematava
e então não era golo: era poema

Manuel Alegre

Muito bom, não é?
Abraços
Amélia

A.Tapadinhas disse...

Esta homenagem é em prosa, mas é igualmente boa

Uma tragédia
MIGUEL ESTEVES CARDOSO

Primeiro, não se acredita. Eusébio morto? Como é que pode ser? Depois acredita-se e amaldiçoa-se o azar de Eusébio e da família dele por ele ter morrido tão cedo.

Percebe-se que Eusébio já era um imortal há muito tempo e que, nesse sentido heróico, continua tão vivo como antes. Foi uma imortalidade que ele criou, jogada a jogada, de jogo em jogo, ano após ano, de golo em golo.

Mas Eusébio faz falta. Ele era um sábio e um benfeitor, um monumento vivo que falava com as pessoas e vivia como elas, no meio da gente. Era a última grande figura de Lisboa.


A morte de Eusébio é uma tragédia. As tragédias choram-se. Não se celebram. A imortalidade já era dele. Não serve de consolação nenhuma. Era imortal e bem vivo que te queríamos, querido Eusébio.

Obrigados por tudo o que nos deste, a começar por ti.

Beijo,
António