terça-feira, 6 de novembro de 2012

FRESCOS



Antigos cavaleiros do mar repousam, para sempre, numa putrefacção de ferrugem, assassinos na estrada e o vento, forte, ondulando as águas e as ervas, Jim Morrison and The Door’s e nuvens de várias colorações, o braço esquerdo do Tejo penetra na terra através de uma muralha em ruínas.

4 comentários:

Anónimo disse...

Hoje não escreveste uma aguarela - mas nem as canções dos Doors nem algumas zonas da margem Sul do Tejo propiciam a escrita de aguarelas! Um campo semântico diferente, mais violento, mais negro... será o lado obscuro do Outono a fazer-se sentir? Gostei!

A.Tapadinhas disse...

Na Natureza nada se perde... ...
tudo se transforma.

Os cavaleiros não ganham ferrugem: cavalgam o dorso de golfinhos do nosso contentamento...

...ou o ventre de baleias primordiais...

...ou, porque não, conferem dureza aos dentes de modernos tubarões.

Cabe-nos fazer os martelos...

Abraço,
António

Luís F. de A. Gomes disse...

Como negras são as aguarelas de Burton, o Tim, do "Nightmare Before Christmas" que, à época destes textos, ainda não debutara no grande écran e como violentos são tantas vezes os elementos que, em outras tantas, de belo pintam paradoxos.

Riders on the storm, riders on the storm, tenho a certeza que seria essa a música que um velho portátil debitava quando ali parei, diante de uma sucateira de desmantelamento de velhos navios - O Vera Cruz ali morreu - there's a killer on the road, simplesmente olhando as nuvens e as águas crepitadas em espuma pelo vento, girl you got to love your man, porque é vulgar dizer-se que aos vinte e poucos anos - pessoalmente assim continuo, não acredito na lengalenga do Nizan - mesmo o lado mais cinzento do Outono tem, sobretudo, a doçura das lágrimas amareladas que certas árvores derramam para nosso encanto, rider's on the storm, rider's on the storm...

I'm glad you like it, thank you.

Luís

Luís F. de A. Gomes disse...

Para partirmos os dentes aos modernos tubarões ou para juntarmos à ceifeira do futuro ou para ambas as coisas?

Aquele abraço, companheiro
Luís