Q U E R E R
Pode
um homem querer sem nada fazer para conseguir?
Pode!
Mas não resulta.
O
que resulta é querer e ir ao encontro, fazer.
Navegar
ventos adversos bolinando e progredir.
Conjugar
verbos
ancestrais,
imemoriais,
que
nascem
no
coração
e
crescem,
e
vão.
Fotos: Edgar Cantante; Texto: Manuel João Croca
4 comentários:
Tanto barulho… para poder escutar o coração.
Tanto esforço… para poder conjugar verbos e os deixar crescer.
Por vezes, apetece-me não querer. E, somente pelo bolinar, progredir nos meus adversos ventos.
Ao fim e ao cabo, talvez tudo esteja apenas em mim. Na minha quietude. Na minha verdade. No meu eu… depurado.
Como diria o Gedeão,
Vê moinhos ... são moinhos,
vê gigantes ... são gigantes
(...)
O barco
noite no teu tão bonito
sorriso solto perdido
horizonte e madrugada
o riso
o arco da madrugada
o porto
Nada.
Navegar é preciso, viver não é preciso.
(...)
Nota:Os versos de Os Argonautas, de Caetano Veloso, são uma homenagem a Fernando Pessoa e seu poema “Navegar É Preciso”, de 1914.(...)
Moral da história: Querer e não querer, fazer e não fazer, eis a solução.
Creio que acabas por nos dar a síntese fundamental Amigo Luís.
Navegar é preciso, viver não é preciso.
E as outras coisas todas.
Os argonautas mais a Ilha dos Amores, o Pessoa mais o V Império, o Espírito Santo, ...
Abraço.
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